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Baixemos a Guarda

Baixemos a guarda, as armas, as mãos. Paremos de nos assaltar em emboscadas, cujo único propósito é nos colocar contra uma parede que parece encolher a cada dia. Tenhamos a gentileza de nos estender a própria mão, num auto amor que já passou da hora de acontecer.

Marquemos um encontro com nosso riso fácil, nossos ombros relaxados, nossas pernas bambas do prazer dos afetos simples. Sejamos adoráveis a ponto de nos convidarmos, a nós mesmos para uma dança libertadora, sem passos demarcados, ritmos acertados, nenhuma coreografia. Corpo solto namorando a melodia.

Encontremos tempo para nos redescobrir enquanto é tempo. Enquanto ainda não nos corrompemos o suficiente para servir às coisas que nos matamos de trabalhar para conquistar. Enquanto ainda somos capazes de rir sem querer e chorar quando tiver vontade.


Por:  Ana Macarine



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